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Japan House oferece a Oficina Kumihimo, a arte do trançado japonês com seda

Às quintas-feiras de julho (14, 21 e 28), às 15h, a Japan House São Paulo, por meio do Educativo da JHSP, oferece a Oficina Kumihimo, termo utilizado para se referir a amarrações de três ou mais feixes de fios de seda, formando cordões a partir da sobreposição diagonal desses fios de maneira regular e uniforme. A técnica foi utilizada no Japão ao longo dos séculos para diversas funções, como acessórios para vestimentas e ornamentos para armas e armaduras, apresentando uma evolução única. Um dos tipos mais conhecidos pelos japoneses é o utilizado no obijime – o cordão que se amarra por cima da faixa de um quimono tradicional.

A Oficina Kumihimo dura em torno de 60 minutos e contará com materiais fornecidos pela Domyo, tradicional empresa familiar sediada em Tóquio, que há mais de dez gerações produz artesanalmente cordões de seda, feitos à mão por artesãos que trabalham exclusivamente para a companhia. Por meio da observação e da prática, os participantes conhecerão mais sobre a arte do trançado com seda e as formas de aprendizado da artesania japonesa. 

A entrada é gratuita, mas é preciso retirar a senha na recepção 30 minutos antes do início da atividade – Av. Paulista, 52. A Oficina é indicada para maiores de 12 anos. Mais informações: https://www.japanhousesp.com.br/evento/oficina-de-kumihimo/

Exposição: Kumihimo – A arte do trançado japonês com seda

Além da oficina, a Japan House São Paulo apresenta até o dia 28 de agosto, a exposição ‘Kumihimo – A arte do trançado japonês com seda, por Domyo’. Inédita no Brasil, a mostra explora a história e a evolução da confecção de cordões de seda e é apresentada pela Domyo. Os interessados podem fazer a reserva online (opcional) por meio do link:  https://agendamento.japanhousesp.com.br

Na exposição, o visitante terá a oportunidade de conhecer a evolução histórica do kumihimo no Japão, entender sobre a construção dos trançados, além de explorar possibilidades futuras para seu uso, tudo isso a partir de três grandes instalações, mais de 30 reproduções de peças de kumihimo históricos, ferramentas utilizadas pelos artesãos e vídeos que contam com recursos de acessibilidade. A mostra faz parte do projeto de itinerância global da Japan House, com passagem por Los Angeles, agora em São Paulo e, na sequência, Londres.

Dividida em três momentos – História, Estrutura e Futuro -, a exposição retrata as origens e evoluções da técnica por meio dos séculos. Já os suportes usados na produção dos cordões, chamados de marudai (utilizado para produzir cordões quadrados) e takadai (suporte alto que permite trançados planos), são apresentados ao público na seção sobre Estrutura – que também exibe as ferramentas usadas nos processos de tingimento, preparação dos fios e produção dos cordões. Por último, os visitantes podem conferir as mais recentes estruturas de trançado desenvolvidas pela Domyo, além de peças criadas em colaboração com especialistas de áreas como indústria têxtil e ciência matemática, que apresentam possibilidades de aplicações futuras para a técnica.

Resistência e elasticidade do kumihimo

O kumihimo se destaca tanto pela resistência quanto pela elasticidade, determinadas pelos métodos de trançado e amarração, além da variação nos ângulos de orientação das fibras, por isso é possível encontrar estruturas de tubos de carbono semelhantes ao kumihimo em uma série de aplicações industriais, desde tacos de golfe e aeronaves até próteses ortopédicas

Exclusivamente para esta exposição, foi criado um modelo baseado em topologia geométrica em parceria com o Tachi Lab da Universidade de Tóquio.O modelo apresentado é resultado da atividade deste laboratório, onde pesquisadores criam estruturas utilizáveis e materiais celulares com propriedades únicas baseados na geometria do origami, nos sistemas com articulações, na geometria diferencial e assim por diante. Por meio deste trabalho, buscam entender a natureza da forma e da função, por meio da observação e, também, da criação de vários fenômenos. Essa colaboração amplia matematicamente o potencial oferecido pelo kumihimo de criar padrões gráficos, estruturas tridimensionais e sistemas funcionais.

A evolução da arte trançada

Cerâmicas datadas do início do período Jōmon (entre 5 mil e 6 mil anos atrás) já apresentavam padrões decorativos com uma forma primitiva de kumihimo impresso, mas os maiores avanços do kumihimo no Japão ocorreram a partir do período Asuka (592-710). Sua tradição permeia desde ornamentos para armas e armaduras, quimonos e vestimentas para cerimônias, elementos decorativos para santuários e outros objetos religiosos, bem como nas artes cênicas. Hoje, a técnica também vem sendo incorporada à moda contemporânea, como nas criações do estilista japonês Akira Hasegawa (1989). “Eu trabalho para transmitir, hoje, emoções de cem anos atrás. Sou movido pela beleza estrutural e pela sensação de aconchego encontrada em roupas antigas”, comenta Hasegawa.

JHSP Acessível

Dentro do programa JHSP Acessível, a exposição ‘Kumihimo – A arte do trançado japonês com seda, por Domyo’, ainda conta com recursos de audiodescrição, libras e bancada com elementos táteis.

Sobre a Domyo

A instituição Yusoku Kumihimo Domyo, foi fundada em 1652 na cidade de Edo (a Tóquio da Era Moderna), e até hoje mantém uma loja na região de Ikenohata, no bairro de Ueno.

Durante o período Edo, a casa Domyo comercializava cordões, produzidos principalmente para bainhas e empunhaduras de espadas. A partir do período Meiji (1868-1912), ela começou a vender obijime para se amarrar sobre as faixas de quimonos, bem como haorihimo, um cordão utilizado para amarrar a parte frontal do haori, espécie de jaqueta formal utilizada com quimono e que é aberta na parte da frente.

Até hoje todos os produtos da casa são tingidos a mão e trançados por artesãos e artesãs que trabalham exclusivamente para a Domyo. Outro aspecto importante do trabalho da instituição é a pesquisa, a restauração e reprodução do kumihimo histórico, por encomenda tanto do Escritório da Casa do Tesouro Shōsōin da Agência da Casa Imperial, quanto de vários templos, santuários e museus de todo o Japão. Tais atividades produziram uma rica variedade de técnicas e conhecimentos, úteis para fins de pesquisa acadêmica, preservação, disseminação e progresso dessa tecnologia.

Fonte: https://www.japanhousesp.com.br/exposicao/kumi-himo/

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