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Dengue: idosos podem não apresentar os sintomas característicos da doença em jovens, como febre alta e calafrios

Em meio à pandemia de dengue que o país está vivenciando, o Ministério da Saúde recomenda um monitoramento diferenciado para os idosos. De acordo com o médico Arthur Seabra, especialista em atendimento de emergência, é possível que o idoso esteja com dengue, mesmo sem apresentar os sintomas característicos em pessoas jovens, como febre alta e calafrios.

Além disso, como o idoso, normalmente, tem menos apetite e convive mais com a sensação de cansaço, em virtude da idade e de comorbidades, como diabetes, pressão alta e insuficiência cardíaca, é necessário que seja investigado o diagnóstico de dengue e, assim, receba os cuidados imediatos.

Segundo o médico, qualquer alteração que o paciente idoso apresente, como pressão, frequência cardíaca e/ou respiratória, já deve ser considerada critério para investigação de dengue, além dos demais quadros de saúde que também devem ser analisados. 

Vale destacar que a pessoa idosa não pode tomar a vacina da dengue, pois não é recomendada para quem tem mais de 60 anos. Por isso, é preciso foco e atenção na prevenção, como redobrar os cuidados em casa, não deixar nenhum objeto ou local com água acumulada, que é onde as larvas do mosquito da dengue são depositadas.

A coordenadora de Atenção Primária à Saúde (APS) da SES-DF, Sandra Araújo, destaca ainda que os idosos apresentam um índice de mortalidade por dengue mais elevado. “Esta faixa da população, que atualmente não é elegível para vacinação, possui maior fragilidade imunológica, o que torna a evolução da doença mais grave. Além disso, aqueles que já tiveram a doença têm maior probabilidade de desenvolver o quadro hemorrágico (o mais grave) em uma segunda contaminação”, explica.

A médica Lívia Teixeira Neves, Responsável Técnica Distrital (RTD) de Geriatria, destaca também que os idosos enfrentam maior propensão à hospitalização e ao desenvolvimento de formas graves de doenças, apresentando até 12 vezes mais risco de mortalidade pela dengue, conforme evidenciam estudos. 

Portanto, a qualquer sintoma, como sangramento de mucosas, vômitos persistentes, dor abdominal intensa, pressão baixa e desmaios, manchas vermelhas no corpo, náuseas, dor ao movimentar os olhos, falta de apetite, dor de cabeça e musculares, além da febre alta, é crucial procurar imediatamente um serviço de saúde para obter o diagnóstico preciso e o tratamento adequado. 

“A parada de febre no terceiro ou quarto dia não quer dizer que o paciente está melhor, que está se curando. Muitas vezes, é nesse momento que apresenta um agravante, ele tem que imediatamente retornar ao posto médico. Evite ao máximo a automedicação. As pessoas fazem uso de medicamentos que não são aconselháveis e isso pode agravar”, explica a médica.

Prevenção à dengue

A geriatra da SES-DF recomenda algumas medidas de proteção, como o uso de telas mosquiteiras e vestimentas que cubram o corpo, e o uso de repelentes.

De acordo com a Secretaria de Saúde do DF, nem todos os repelentes do mercado combatem o mosquito da dengue: os mais indicados são à base de DEET (N-N-dietilmetatoluamida), de IR3535 ou de Icaridina, que devem ser aplicados não somente nas partes do corpo expostas, mas também sobre as roupas.

Vale ressaltar que o uso de tais repelentes deve seguir as indicações do fabricante em relação à faixa etária e à frequência de aplicação.

Fontes:

https://www.saude.df.gov.br/web/guest/w/dengue-doen%C3%A7a-%C3%A9-ainda-mais-perigosa-nos-idosos

https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2024/03/06/dengue-57percent-dos-pacientes-com-mais-de-80-anos-passaram-para-um-quadro-grave-da-doenca.ghtml

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