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idoso precisando cuidar da saúde dos olhos

Como cuidar bem de olhos que já viram tantas coisas na vida

A atenção regular com a saúde e as visitas de acompanhamento médico frequentes são importantes para nos manter saudáveis e produtivos. E, dentro da rotina de autocuidados, os olhos merecem especial atenção. Conversamos sobre esse assunto com o Dr. Cláudio Domingues, do COP – Centro Oftalmológico Perdizes, que destacou os principais problemas e o que devemos fazer para tratar bem a nossa visão.

Quais os principais problemas que a idade traz aos olhos?

Os olhos são o “espelho da alma” e é neles, portanto, que aparecem os primeiros sinais da idade – as famosas “rugas”. Mas, por dentro, a transformação é ainda mais significativa: com o desgaste natural das células e das estruturas oculares, mesmo quem antes enxergava muito bem, com o passar dos anos já começa a notar algumas mudanças.

A mais comum – e precoce – delas é a presbiopia ou, como é mais conhecida popularmente, a “vista cansada”: imagens “borradas”, dor de cabeça, olhos irritados e a dificuldade para fazer a transição da visão de perto para longe são os principais sintomas. Isso acontece, explica o Dr. Claudio, porque, a partir dos 40 anos, o cristalino dos olhos perde elasticidade, comprometendo a capacidade de focar as imagens de forma instantânea. “As pessoas brincam dizendo que, nessa idade, os braços ficam ‘curtos demais’ e já não conseguimos afastar suficientemente o objeto – ou as letrinhas de um texto – para enxergar melhor”, diz o oftalmologista.

Outra dificuldade que costuma aparecer com a idade é a perda de umidade natural, que deixa os olhos mais secos. “E, se acrescentarmos a isso a exposição contínua aos fatores ambientais, como poluição, o excesso de claridade e os raios nocivos do sol, o resultado são irritação, ardência e manchas que podem prejudicar a visão. Nesse caso, é importante a orientação do especialista que poderá receitar colírios específicos”, explica o especialista.

Esses são os problemas mais comuns, que atingem praticamente todas as pessoas. Porém, como o Dr. Claudio alerta, existem outros, como a catarata, o glaucoma e a degeneração macular, que comumente surgem na terceira idade e são diagnosticadas apenas com exames específicos. “Essas doenças, no entanto, especialmente se diagnosticadas precocemente, podem ser devidamente tratadas, evitando assim a sua progressão para problemas mais graves. Por isso, é importante checar a saúde dos olhos, no mínimo, uma vez ao ano por meio de exames específicos”, reforça Domingues.

Como devo cuidar dos meus olhos?

A atenção de saúde com os olhos é importante durante toda a vida, mas depois dos 60 anos de idade, é preciso ter ainda mais disciplina na rotina de autocuidados. Veja a seguir os principais pontos a serem observados:

• Olhos vermelhos, irritados, muitas vezes são resultado da contaminação por resíduos de gordura e poeira acumulados nos cílios e sobrancelhas. Limpe a região diariamente com a ajuda de um algodão umedecido com água e xampu infantil e, em seguida, enxague abundantemente.

• A perda de umidade natural também incomoda e pode provocar irritações. Capriche na hidratação do corpo – tome bastante água, chá ou sucos naturais. Há casos ainda em que são recomendadas soluções lubrificantes, receitadas por oftalmologistas.

• Alimentação saudável, colorida, rica em vitaminas, reduz o risco de doenças oculares e, de quebra, garante a saúde do corpo em geral, o que também faz bem para os olhos. Diabetes e pressão alta, por exemplo, podem provocar graves problemas oculares, levando até mesmo, em casos extremos, à perda de visão. Além da famosa cenoura, rica em vitamina A e betacaroteno, é importante variar a alimentação com verduras de folhas mais escuras (espinafre, bócolis, couve), frutas vermelhas e cítricas (uvas, morango, laranja, manga, melão), além de leguminosas (feijão, lentilha, grão de bico, milho). O consumo moderado de gordura saudável ajuda o organismo a absorver melhor todas essas vitaminas, especialmente a luteína, conhecida por proteger os tecidos oculares contra as alterações visuais provocadas pelo envelhecimento.

• Ler no escuro ou ficar muitas horas na frente das telas de TV, celulares ou smartphones não faz mal aos olhos, garante o Dr. Cláudio, mas incomoda. Quando ficamos algum tempo entretidos assim, esquecemos até de piscar. Por isso, é natural ficarmos com dor de cabeça e com a sensação de olhos cansados. A solução é simples: faça pequenas pausas, levante, caminhe, amplie a visão, saia da “janela” virtual, aprecie a paisagem natural.

Quando ir ao médico?

Prevenir é sempre melhor do que remediar. Portanto, converse com o oftalmologista, relate suas dúvidas, realize os exames indicados e siga corretamente as suas orientações. Em geral, o retorno ao consultório deve ser feito uma ou duas vezes ao ano, conforme a indicação do médico, baseada no seu histórico particular.

Além das consultas de rotina, é fundamental procurar auxílio médico no caso de qualquer alteração da visão ou irritação anormal dos olhos ou das estruturas próximas, como as pálpebras.

Tempos de pandemia

Finalmente, não podemos deixar de considerar os novos tempos que estamos vivendo, “preservados” dentro de casa. É natural que os nossos olhos busquem novas formas de se conectar com o mundo lá fora e, por isso mesmo, é muito bom podermos contar com os recursos da tecnologia para diminuirmos a distância das pessoas queridas de quem, temporariamente, o confinamento nos afastou. O segredo é aproveitá-los com muita sabedoria e tranquilidade. Isso faz bem para o coração, para a saúde mental e, claro para os olhos também. 

“A vida depois dos 60 deve ser aproveitada com os benefícios dos conhecimentos e experiências que os olhos já viram e viveram. E muito mais ainda pode ser visto, sob novos ângulos e a perspectiva dessa sabedoria. Cuide bem dos seus olhos!”, aconselha o especialista.

 Dr. Cláudio Domingues é oftalmologista e cirurgião, graduado pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, com especialização no Instituto Tadeu Cvintal do Hospital Santa Catarina e pós-graduado pelo Centro de Extensão Universitária. Está à frente do Centro Oftalmológico Perdizes (COP) – clínica especializada, criada em 1988 pelo Dr Domingues, reúne profissionais de todas as principais áreas da oftalmologia: córnea, retina, estrabismo, catarata e glaucoma. Rua Cardoso de Almeida, 634 – Perdizes – São Paulo. Contato: (11) 3862-2441/3868-1312.

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