Você sofre de gerascofobia?
Há muitas pessoas, jovens e não tão jovens, que sofrem com o medo de envelhecer, também conhecido como gerascofobia. Em alguns casos, isso é alguma preocupação sobre o que vai acontecer com eles ao longo dos anos e, em outros, um verdadeiro medo irracional de se tornar mais velho, as rugas, uma possível deficiência, chegar à velhice sem dinheiro, ficar solitário, entediado … E o medo de envelhecer é, muitas vezes, baseado em uma série de suposições – nem sempre corretas – do que acontece quando as pessoas envelhecem.
Há muitos mitos sobre o envelhecimento e sobre os idosos que simplesmente não são verdadeiros, mas que permeiam a sociedade e geram estereótipos, preconceitos e equívocos e provocam sentimentos negativos em relação ao envelhecimento.
Comece banindo esses dez mitos sobre o envelhecimento
Por isso, do Centro Internacional do Envelhecimento (CENIE) – uma iniciativa promovida conjuntamente pela Fundação Geral da Universidade de Salamanca, Fundação Geral do Conselho Superior de Investigação Científica, Universidade do Algarve e a Direção Geral de Saúde de Portugal – oferece uma lista dos dez mitos mais comuns.
1. As pessoas mais velhas têm velhos modos de pensar
Cada indivíduo, jovem e velho, tem seus próprios pensamentos e sentimentos sobre a sociedade. É uma declaração geral injusta supor que todas as pessoas mais velhas têm as mesmas crenças.
Assim como nem todos os jovens pensam ou agem da mesma forma. Ter tempo para conversar com os idosos sobre seus pensamentos sobre o mundo e sobre suas próprias experiências passadas pode lançar alguma luz sobre essa verdade.
2. As pessoas perdem a memória à medida que envelhecem
Ser um idoso não impede ter uma mente lúcida . Nem todos os idosos sofrem de doenças relacionadas à perda de memória, como a demência ou a doença de Alzheimer.
Demência não é uma conseqüência direta do envelhecimento e se uma pessoa tem sintomas de demência , não importa quantos anos tenha, há uma causa para tal distúrbio.
3. Genética afeta sua saúde com a idade e não pode ser evitada
É verdade que a genética desempenha um papel no corpo e saúde de cada pessoa, mas há inúmeros estudos que mostram que ela tem um papel secundário, que saúde e bem são condicionados por estilos de vida e hábitos que se desenvolvem ao longo da vida. Comer bem, fazer exercícios suficientes, descansar adequadamente e ter relações sociais contribuem para o envelhecimento saudável .
4. As pessoas mais velhas se adaptam menos às mudanças
Não é certo. A adaptabilidade e o desejo de mudar são uma preferência pessoal. Algumas pessoas gostam da novidade e da emoção da mudança, enquanto outras podem se sentir desconfortáveis. Ou seja: não tem nada a ver com a idade.
De fato, os idosos enfrentam inúmeros desafios e situações de mudança no momento em que atingem uma certa idade, por isso, sejam eles mais rápidos ou mais lentos para se adaptar, o que é certo é que eles são capazes de mudar.
5. As pessoas mais velhas são menos aventureiras
Há muitas pessoas que esperaram a vida toda a oportunidade de se aposentar para viajar pelo mundo, ver coisas novas ou empreender novos projetos. Outras querem apenas descansar e curtir os netos. É importante conhecer o significado de empatia e ver que não somos todos iguais.
6. As pessoas são menos produtivas à medida que envelhecem
Aposentadoria não é sinônimo de inatividade para a maioria das pessoas. Aposentar-se não significa que as pessoas mais velhas não façam nada ou queiram apenas ficar sentadas o dia todo.
Dependendo dos problemas de saúde, alguns idosos precisam descansar mais ou menos ao longo do dia, mas muitas pessoas em idade de aposentadoria continuam trabalhando ou levando uma vida muito ativa, mesmo que não remuneradas.
Um relatório do Bureau of Labor Statistics dos EUA, por exemplo, relata que 24% dos idosos fazem trabalhos voluntários durante a aposentadoria.
7. As pessoas são menos criativas à medida que envelhecem
Ser criativo é uma questão de idade ou atitude? Um estudo recente da Ohio State University, publicado pela revista The Economist, desmonta o mito de que os idosos não são criativos e evidenciam que, pelo contrário, alguns tipos de criatividade só são atingidas após os 50.
O estudo fala sobre a existência de dois tipos de criatividade que florescem em diferentes fases da vida: os inovadores conceituais geralmente obtêm seus melhores resultados por volta dos vinte e cinco anos, enquanto os inovadores experimentais atingem o seu melhor aos cinquenta.
E há muitas pessoas que realizam hobbies, artesanato ou atividades artísticas em seu último período da vida, desenvolvendo até uma segunda carreira e obtendo renda por meio dela.
8. As pessoas idosas são mal-humoradas ou deprimidas
A sociedade glorifica a juventude como algo valioso e associa o envelhecimento à deterioração, problemas e amargura. Mas há muitas investigações que mostram que pessoas mais velhas – principalmente acima de 70 anos – são mais felizes do que os jovens .
Entre outras coisas, estudos mostram que, em pessoas mais velhas, os estados positivos duram mais e os negativos, menos; isto é, que com a idade as pessoas se recuperam antes quando se sentem tristes e a alegria dura mais tempo.
A chave parece ser que os idosos são mais felizes porque são mais sábios por terem mais ferramentas e estratégias cognitivas e emocionais para lidar com a vida, incluindo suas dificuldades.
Portanto, não há evidências de que os idosos sejam mal humorados. Mais uma vez não é uma questão de idade: pessoas que são geralmente mal humoradas em seus anos mais jovens podem continuar (ou não) ao envelhecerem, e aqueles que escolhem ser feliz geralmente continuam com essa mentalidade em seus anos dourados. Tudo se resume a atitude, não a rugas.
9. Os idosos ficam sozinhos
É verdade que muitos idosos, especialmente mulheres, moram sozinhos. Por escolha ou por circunstâncias da vida, como por exemplo a viuvez.
Mas isso não significa que todos se sintam sozinhos. Muitos mantiveram uma vida social ativa e após a aposentadoria ficaram com mais tempo para manter a agenda bem ocupada com programas sociais e com os amigos.
Mas é importante lembrar que mais do que a idade, às vezes a solidão está associada à falta de saúde ou ao jeito de ser.
10. Os idosos são incompetentes
Envelhecimento pode incluir alguns descuidos ou dificuldade para lembrar um nome em algum momento, mas está associada à perda da memória, caso o idoso não sofra de alguma doença neurodegenerativa ou demência.
As pessoas mais velhas que continuam a desafiar seus cérebros com jogos de raciocínio, por exemplo, exercitam seus corpos e alimentam sua alma com diversão são perfeitamente competentes.
E até mesmo aqueles que, ao longo do tempo, experimentam alguma perda de memória ou demência, ainda assim, mantêm a capacidade de compreender, tomar decisões racionais, participar e aproveitar a vida.
Fonte: www.lavanguardia.com/vivo/psicologia/