Quem canta seus males espanta!
Já dizia a Carmem Miranda: “Quem Canta Seus Males Espanta!”. E não é verdade? Além disso, há tempos estudos comprovaram que a música traz inúmeros benefícios à saúde emocional e física, principalmente para as pessoas da terceira idade: ela contribui na recuperação das doenças degenerativas, como Alzeihmer e Mal de Parkinson.
Para a professora de canto e pianista, Cristiane Mesquita, cantar faz o sangue correr mais rápido pelo corpo e melhora a oxigenação do cérebro. E, mais ainda: segundo ela, os benefícios vão além da melhora na saúde: “já vimos casos de alunos com doenças graves mas que continuaram frequentando as aulas do coral e, em pouco tempo, tiveram melhoras significativas que dizemos que o canto é cura”, diz.
Juntamente com seu marido, Marcello Mesquita, regente, ela comanda as aulas de canto de um grupo de 40 pessoas, aproximadamente, cuja maioria é da terceira idade, e que se reúne religiosamente às segundas-feiras para treinar as cordas vocais. “A força de vontade deles de aprender, o apoio um ao outro e, principalmente, a socialização quando muitos enfrentam a solidão no seu dia a dia, são fatores que trazem a eles mais qualidade de vida, fazem toda a diferença na melhora na vida de cada um”.
Maria Lúcia Praça, aposentada, uma das participantes do grupo desde o seu início, diz que o coral a ajudou a enfrentar os desafios da vida, como a perda do marido e do filho. E, nem mesmo o problema de visão que a dificulta enxergar as letras das músicas, a faz desanimar a frequentar o coral, pelo contrário: “Eu não falto, aqui tenho amigos e me divirto”, diz sorridente.
“O coral equilibra o meu humor”, diz Paulo Chiozzini, 75 anos, dentista, já participava de outros corais e também faz parte do animado grupo desde o seu início. E como equilibra, pois o Paulinho, como é carinhosamente chamado, é o piadista da turma, sempre bem humorado e reconhecido por trazer muita alegria e arrancar gargalhadas de todos, até mesmo dos professores.
“É uma troca de energia incrível e é um momento para – tanto eles, como nós – recarregarmos as energias para a semana”, diz Cristiane. E ela enfatiza: “em qualquer idade sempre há coisa nova para aprender, para vivenciar, para experimentar!”