Conheça a história inspiradora de Wanuzia Melo ao enfrentar um câncer aos 52 anos
Neste Dia Internacional das Mulheres, 8/3, não poderíamos deixar de compartilhar a história de Wanuzia Melo, 59 anos: quem conversa com ela – que esbanja alegria e beleza – não imagina as batalhas que enfrentou contra um câncer no início do intestino delgado e no reto, descobertos em uma colonoscopia de rotina e decorrentes da síndrome do polipose, uma doença autoimune e hereditária e que causa numerosos pólipos no cólon e costumam resultar em carcinoma, geralmente aos 40 anos de idade. “Receber o diagnóstico de câncer, para muitos, significa uma sentença de morte e comigo não foi diferente. Passei por um período de luto. Um dia, me veio uma reflexão: ‘poxa, Wanuzia, você confia tanto em seus amigos, mas não confia em Deus?’. Então falei com Ele: Senhor, o que você tem pra mim, eu aceito, mas eu também vou fazer a minha parte. A partir de hoje eu não chorarei mais, a partir de hoje eu vou fazer a minha vida diferente. E, assim, passei a enfrentar com positivismo, ainda que nessas horas seja muito difícil ser otimista”, relembra.
Para cumprir o que havia prometido, Wanuzia começou a se preparar para a cirurgia com planejamento e estratégia, como um projeto, um empreendimento – mentalidade que adquiriu após um curso de gestão empresarial, o Empretec. Ela fez ainda reuniões com os médicos para entender todo o processo da cirurgia e buscou um nutrólogo para melhor preparar o seu corpo: “Além disso, acredito que o esporte foi um dos fatores primordiais em minha recuperação e, consequentemente, cura. Eu vivia em cima de uma bicicleta, meu círculo social era dentro do esporte, minha barriga era chapada e por isso estudei todas as melhores formas de cirurgia para prejudicar o menos possível o meu corpo!”, salienta.
Wanuzia decorou o quarto do hospital, providenciou lembrancinhas para quem fosse visitá-la no pós-operatório, ressignificando-o como um renascimento, assim como o parto. Ela ressalta também a importância da família nesses momentos de luta, assim como a torcida dos amigos. “Meu marido esteve comigo em todas as etapas, assim como meus filhos e amigos. Eu fiz um cronograma de acompanhante no quarto que foi um reboliço!”, diverte-se. Wanuzia diz ainda que fez novas amizades em todo o andar do hospital, que era destinado a pessoas que, como ela, estavam em recuperação na luta contra o câncer. “Eu tinha que caminhar para melhorar a minha imunidade, então eu andava o dia todo pelo andar, visitando quarto por quarto. Fiz diversas amizades, conversava com todos e rezávamos juntos todos os dias!”, brinca. Wanuzia acredita que sua nova forma de ver a vida, com leveza e alegria, foi crucial no período de permanência no hospital: de 12 dias programados, ela permaneceu apenas seis.
Além disso, ela diz que situações do pós-operatório, como utilizar uma bolsa de colostomia (para recolhimento de fezes) enquanto aguardava a cicatrização da cirurgia não a impediram de, ainda assim, levar a situação com otimismo: “Mesmo sentindo muita dor na recuperação, se era para me salvar e fazia parte do meu processo de cura, decidi encarar com bom humor e até publiquei uma foto no meu Instagram (@50maisativa) segurando a minha bolsinha”, diz.
Dando continuidade ao seu ‘planejamento’, Wanuzia diz que foi estudar também as melhores estratégias para que pudesse ficar melhor a cada dia, tanto em termos de saúde física, quanto espiritual: “Eu não mudei minha essência, eu apenas me tornei uma pessoa melhor. Busquei e busco ser mais espiritualizada, além de cuidar da minha alimentação, que foi completamente adaptada. E a minha paixão pelo ciclismo também teve que ser substituída por caminhadas”.
Hoje, aos 59 anos, 7 anos após o processo de cirurgia, ela acredita que um dos segredos da vida é encarar os desafios com muito estudo sobre cada situação e, principalmente, alegria, que ela tem de sobra! Atualmente Wanuzia mantém seu salão de beleza, onde atua há 35 anos, no Rio Grande do Norte, mas com equipe reduzida: de 20 funcionários antes do diagnóstico, agora são apenas ela e o marido. Com uma rotina com mais tempo livre para dedicar a si mesma – uma das lições do câncer – Wanuzia também tem recebido convites de empresas para parcerias e publicidade. Dessa forma, ela já tem novos planos para este ano: “Quero investir mais na minha carreira de palestrante e em empreendedorismo aqui na região, trazendo empresas de diversas partes do Brasil e do exterior que queiram atuar no nordeste”, ressalta.
Ela ministra ainda palestras empresariais motivacionais, a partir do relato de como encarou toda a situação com o câncer; além de falar para mulheres sobre a importância da beleza e autoimagem no ambiente de trabalho. Outro foco que quer também atuar este ano é com o público da terceira idade para abordar sobre a importância da vida sexual, quebrando os tabus inerentes ao tema, e principalmente, sobre o autoamor.
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