Foto de Miguel sentado no meio de sua família

Reflexões de fim de ano do vovô Miguel

Como na velocidade da luz, chegamos ao final de mais um ano! Sim, meus amigos, a sensação que me parece ser coletiva é de que os meses foram acelerados na velocidade 2x, como muitas pessoas têm colocado os áudios de WhatsApp e também os vídeos no YouTube. E é exatamente isso: cada vez mais vivemos em uma atmosfera impregnada pela correria – o que antes era algo comum no dia a dia de todos nós, agora parece que tem se tornado motivo de estafa mental e física.

E tudo isso porque estamos vivendo em uma verdadeira era de paradoxos: ao mesmo tempo em que a tecnologia, impulsionada pela Inteligência Artificial (IA), torna-se cada vez mais presente em nossas vidas, muitos de nós ainda estão aprendendo a utilizá-la. Já para os mais jovens, como nossos filhos e netos, a IA passou a ser algo absolutamente natural no cotidiano.

Vale destacar que esse uso cada vez mais intenso da tecnologia também levanta um alerta: há indícios de que essa nova geração esteja sendo, de certa forma, estimulada a “pensar menos”, uma vez que vêm delegando os processos cognitivos às máquinas. Lembrem-se: manter a mente ativa, curiosa e em constante exercício é um dos segredos da longevidade e da qualidade de vida.

Claro que precisamos acompanhar o que vem acontecendo no mundo, mas que não sejamos ‘engolidos’ por essa onda tecnológica, que vem também acelerada na velocidade 2x. É preciso – como tudo na vida – sabermos aproveitar o lado bom das coisas e filtrar o que pode ser prejudicial. Os conteúdos que costumávamos compartilhar sem preocupações, por exemplo, hoje requerem mais cuidado, afinal, cada vez mais as fake news também têm cara de verdade e, por isso, precisamos estar atentos a tudo que está nas redes sociais. Além disso, tem se tornado mais desafiador saber se os vídeos que circulam são reais ou se são feitos pela IA. Ou seja, precisamos exercer o nosso senso crítico a todo momento.

E não apenas o senso crítico, mas o das relações humanas, também. Não sei se você tem a mesma impressão que a minha, mas me parece que tem havido também um maior  resfriamento no contato entre as pessoas – eu, por exemplo, valorizo e faço questão de ligar  para os aniversariantes para parabenizá-los no dia do aniversário – um gesto que, cada vez mais, vem sendo substituído pelas mensagens de WhatsApp, com figurinhas que transmitem, por nós, os nossos votos de felicidades! Porém, por outro lado, a comunicação tem se tornado mais ágil por conta dos smartphones, o que também favorece as pessoas que já apresentam alguma dificuldade para ouvir. 

Por isso, meus caros, a reflexão que proponho é que tenhamos o coração e a mente abertos ao novo – claro que, como toda evolução, desequilibrar também faz parte do processo de nos adaptar às mudanças que acontecem no mundo – mas, certamente, a maioria de nós, acima de 70 anos, já passou por muitos desafios para chegarmos até onde chegamos. Ou seja, a adaptação é uma habilidade aprendida por nós ao longo dos anos – por mais que agora seja mais desafiador acompanhar a velocidade dos acontecimentos. Mas, talvez, o que precisamos aprender no momento seja como usufruir da melhor forma das tecnologias existentes e disponíveis, como a Alexa, por exemplo, que pode nos ajudar a lembrar dos horários dos nossos medicamentos ou tocar aquela música antiga que tanto nos traz ótimas lembranças! E que possamos contar com a ajuda das gerações mais jovens para usarmos a IA e outras ferramentas de modo a facilitar as nossas tarefas do dia a dia – afinal, aprender coisas novas também é um ótimo remédio para manter a nossa mente sempre sã!

E que com toda essa evolução ainda sejamos capazes de manter o que há de mais precioso na vida: as relações humanas! Que não percamos o afeto e a presença – mesmo com agendas cheias consigamos entender como sagrado o tempo para os encontros reais, o olho no olho, o abraço apertado, a conversa sem pressa. Que possamos nos reunir ao redor de uma mesa, preparar uma refeição juntos, rir das histórias do passado e criar novas memórias para guardar no coração.

E é isso o que desejo para 2026: menos pressa, mais presença em encontros pessoais; e, principalmente, mais tempo para viver – e conviver – com quem amamos!

Um Feliz Natal e excelente Ano Novo!

Com carinho,
Vovô Miguel

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