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Jovem de espírito!

Você sabia que a “velhice” é mais uma questão da sua mente do que da sua idade em si? “Como assim, você nem sabe a idade que eu tenho!”, você deve estar indignado lendo esse início de texto. Mas, acredite: tudo depende de como você encara a vida: com alegria, com humor, com leveza. E, sim, eu tenho a mesma faixa de idade que você.

Na verdade, eu diria mais: é o peso que você dá à sua idade e não é apenas uma questão da mente! Não sei por qual motivo, mas nós costumamos dar mais idade do que, de fato, temos por conta do fardo que triplicamos em nossas costas. Afinal, costumamos dar mais valor aos problemas de saúde (dores nas costas, o colesterol alto, a diabetes, a vista que está nos deixando na mão ao ler um jornal), nos apegamos ao passado (à saudade da mocidade, da nossa época como jovens ativos, pais de família, nossas aventuras na adolescência em inúmeros comparativos com os jovens de hoje), lamentamos as dificuldades profissionais que muitos de nós – grande parte de família de imigrantes – passaram desde cedo, comparando com a educação das crianças de hoje, tão pautada pela facilidade das tecnologias.

Costumamos nos preocupar demais com a política e a economia, aquele medo exagerado por tantas experiências que guardamos em nossas memórias até mesmo um tanto traumáticas, seja pela escassez causada pelas guerras mundiais, seja pelos planos econômicos que congelaram as economias de muitas famílias que se viram sem nada de um dia para o outro. 

E, o pior: passamos a nos sentir sem sentido na vida, apenas porque aposentamos, mesmo depois de muitos anos contribuindo com a economia do país e gerando renda para nossas famílias, provendo com tudo o que estava ao nosso alcance. E, ainda assim, não nos sentimos merecedores do descanso da aposentadoria!

Por isso, precisamos mudar esse olhar começando pela nossa mente para podermos aproveitar a terceira idade da melhor forma! Devemos colocar um óculos com uma lente mais colorida, que nos faça lembrar que há muito ainda – sim! – a viver!  

“E como fazer isso, Miguel?”. Não se abandonando somente no sofá, eu diria para você! Comece analisando o que você gosta de fazer! 

Saia, vá fazer novos amigos (por que não?), vá conhecer pessoas em grupos de dança, vá caminhar em parques, inscreva-se em atividades para a terceira idade, conheça e aprenda novas tecnologias, pratique esportes, sorria mais, aproveite para viajar, aprenda a tocar algum instrumento musical, apaixone-se novamente se você for viúvo! Em vez de olhar para os problemas de saúde, seja grato e agradeça que você ainda tem saúde. 

Percebe como olhar a terceira idade como uma “velhice” é uma questão de ponto de vista e de decidir viver da melhor forma? Espero que você pare de menosprezar a rica bagagem de vida que tem e escolha de verdade o lado positivo que a experiência nos traz!

Um forte abraço,

Vovô Miguel

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