Nunca é tarde para reencontrar um grande amor!

(Crédito da imagem: Instagram @a_carta_amarela)

Quem diria que, depois de um romance vivido na Europa quando jovens, Mary e Raymond reatariam após 55 anos separados, sem notícias um do outro? Parece história de filme, mas ela existe e, de tão encantadora por nos mostrar como o destino nos surpreende, a pedido de familiares e amigos, virou livro: “A carta amarela” (Editora Folio Digital).

Em 1958, o pai de Mary Porto (com 18 anos na época), tinha ido trabalhar na Europa. Como ela pintava, foi cursar artes na Suíça, na cidade de Lausanne, onde conheceu Raymond Widmer (com 19 anos na época). Ele a chamava de Mitsuko, por conta do nome do perfume que usava. O casal viveu um romance intenso por seis meses, mas ela teve que voltar para o Brasil, já que o pai de Mary não a deixou ficar na Suíça. Acabaram perdendo contato. “Nossas cartas não chegavam. Nunca mais ouvimos falar um do outro”, relata Mary. 

Ao longo da vida, a brasileira (que é artista plástica, aquarelista, terapeuta artística e escritora), casou três vezes, tem três filhos e oito netos. Estava divorciada havia catorze anos quando, em 2014, aos 74 anos, um inusitado acontecimento a deixou desnorteada: recebeu uma carta em um envelope amarelo. “Eu quase caí para trás quando vi quem assinava. Era Raymond dizendo que me procurava porque tinha ficado viúvo  — ele ficou casado por quarenta anos e a esposa faleceu de câncer — e, quando estava arrumando as coisas dele , encontrou um isqueiro antigo com a minha foto. Eu o tinha presenteado com o objeto quando nos despedimos. Ele me deu um e-mail e finalizou com a frase: ‘Eu envio esta carta como quem lança uma garrafa ao mar’. Uma chama reacendeu em nós”, conta.

Ryamond havia casado uma única vez, por 40 anos, e sua mulher havia morrido de câncer. Um belo dia, enquanto ele arrumava as gavetas, encontrou um isqueiro que a artista plástica brasileira havia lhe dado de presente, em 1958, junto com uma foto. Ele decidiu procurá-la. achou o endereço de Mary por meio do consulado brasileiro na Suíça, mas, segundo Mary, o apaixonado suíço teve muita persistência, porque ela havia mudado do Rio para São Paulo. Mas Mary acredita que o destino os ajudou, porque, voltou a usar o sobrenome de solteira após o divórcio, o que pode ter ajudado nas buscas de Raymond. 

“Entrei em contato com ele, disse que a garrafa havia chegado à praia certa e perguntei porque me escrevia. Ele respondeu que nunca tinha me esquecido. Fiquei comovida”, diz Mary. O casal começou então a conversar por Skype e ela brinca que ele voltou a conquistá-la novamente e recomeçaram as descobertas do que – agora – eles gostavam. E por surpresa de ambos, tinham muitas afinidades: gostavam de arte e música clássica, haviam se tornado vegetarianos e pintores. “A sintonia da juventude estava ali”, relata Mary. 

Após três meses, mesmo insegura, Mary foi até a Europa. “Não sabia o que aconteceria.  Nós nos despedimos quando jovens e nos reencontraríamos como dois velhinhos de cabelos brancos. Quando o vi, foi mágico. Eu o reconheci. Raymond tinha o mesmo jeito de andar e falar. Parecia que nós não havíamos nos separado. Ele me perguntou se podia continuar me chamando de Mitsuko. Uma semana depois, ele me pediu em casamento. E a doida aqui aceitou. Ele pegou um anel de ouro da gaveta e colocou no meu dedo. Acho que, quando somos jovens, há tempo para planejar o futuro. Mas, quando somos mais velhos, não temos o que esperar. Só temos o presente”, diz. 

O casal criou o instagram @a_carta_amarela, onde compartilha o dia a dia e mensagens de incentivo ao amor: “Nós queremos mostrar que a vida não acaba quando se envelhece e que o amor pode tardar, mas ele chega”. Os interessados em conhecer mais a fundo a história do casal, podem adquirir o livro pelo link: https://www.foliodigital.com.br/product-page/a-carta-amarela

Confira este bate-papo com Mary: