Carlos Bracher pinta obra, ao vivo, em comemoração ao aniversário de 310 anos de Ouro Preto
Morador de Ouro Preto há 50 anos, o pintor Carlos Bracher foi um dos convidados a participar das comemorações dos 310 anos da cidade mineira. Em 8 de julho, em pleno Teatro Municipal de Ouro Preto, antiga Casa da Ópera, o artista fez uma pintura ao vivo para uma plateia reduzida ao som da Orquestra de Pilar. A obra “O Heroísmo de Tiradentes” passa a ocupar lugar de destaque na parede da Câmara Municipal de Ouro Preto que, na mesma data, completou 300 anos. Toda a performance foi registrada pela assessoria de comunicação da prefeitura da cidade, coordenada por Filipe Lage, e será exibida em primeira mão pelo Instagram e YouTube do Ateliê Casa Bracher, em 28 de agosto, às 20h. O Ateliê Casa Bracher tem patrocínio do SESI.
Confira o teaser:
Bastaram 90 minutos para Bracher dar vida à obra; um retrato de Ouro Preto com alguns símbolos emblemáticos da cidade. Ao som do quinteto da Orquestra de Pilar, da Escola de Música do Padre Simões – que selecionou músicas clássicas, populares e eruditas – Bracher retratou em pinceladas predominantemente vermelhas (em referência à bandeira mineira) o antigo prédio da Câmara Municipal, localizado na Praça Tiradentes, junto à estátua do próprio inconfidente no centro, com o Pico do Itacolomi ao fundo. “Quis fazer uma homenagem à cidade destacando pontos e personagens da sua história. Esse pico é como se fosse o Pão de Açúcar do Rio de Janeiro: um símbolo iconográfico de nossa cidade”, explica o artista.
O quadro “O Heroísmo de Tiradentes” agora passa a integrar o acervo da nova sede da Câmara Municipal, inaugurada recentemente com a presença de Bracher, e substitui a obra centenária “Leitura da Sentença de Tiradentes”, de Leopoldino de Faria (1836-1911), transferida em 2019 para o Museu da Inconfidência durante a exposição “230 anos da Inconfidência Mineira: Caminhos e Descaminhos”.
A relação de Bracher com Ouro Preto é de uma vida. “É uma relação de amor. São 50 anos morando, criando e trabalhando aqui. Faz parte de mim”, diz. É na cidade, anexo ao casarão onde mora com sua companheira, a também artista Fani Bracher, que se encontra o Ateliê Casa Bracher, que em dezembro de 2020 ganhou um tour virtual disponível no endereço www.ateliecasabracher.com. Lá, também é possível ter acesso a fotos, vídeos e outras centenas de obras que fazem parte do acervo pessoal de Carlos e Fani.
Sobre Carlos e Fani Bracher
Mineiro de Juiz de Fora e descendente de suíços, Carlos Bracher nasceem 1940,fruto de uma família de artistas. Autodidata, fez sua primeira exposição na cidade natal em 1960, com seus irmãos Nívea e Décio, também pintores. Em 1964, em temporada de viagens para estudos artísticos com Nívea, Carlos descobre Ouro Preto, cidade que elege para viver e retratar. Com apenas 27 anos, ganha o disputado “Prêmio de Viagem ao Exterior” – concedido pelo Salão Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e considerado láurea máxima a um pintor brasileiro. Casa-se com Fani Bracher e partem juntos para dois anos de residência na Europa. Em viagens de estudos artísticos vão a Lisboa, São Petersburgo e Moscou.
Em 1980, Bracher foi um dos escolhidos para o importante “Prêmio Hilton de Pintura” como um dos artistas que mais se destacaram na década de 70 (ao lado de João Câmara, Siron Franco, Tomie Ohtake e outros). Intitulada “Pintura Sempre” e com curadoria de Olívio Tavares de Araújo, sua primeira retrospectiva ocorreu em 1989, ocupando em temporadas, significativos espaços de cultura em sete capitais do país. Realizou grandes séries de pinturas: “Do Ouro ao Aço”, “Brasília”, “Petrobras” e “Tributo a Aleijadinho”.
Entre 2014, a mostra “Bracher – Pintura & Permanência” percorreu as quatro unidades do CCBB (Rio, São Paulo, Brasília e BH). No CCBB de Belo Horizonte, a mostra bateu recorde de público de um artista nacional, recebendo ao todo quase 600 mil visitantes. A exposição foi contemplada com Destaque Especial no Prêmio Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) – 2015. Sobre seu trabalho já foram publicados sete livros e realizados dezenas de filmes e documentários. Bracher é um dos artistas brasileiros mais citados em publicações de pintura no país.
Fani Bracher nasceu na Fazenda Experimental em Coronel Pacheco, Minas Gerais. Graduada em jornalismo pela UFJF. Em 1968 casa-se com o artista Carlos Bracher e juntos viajam para a Europa, onde residem por dois anos. Em Portugal, fez cursos de história da arte com os críticos José Augusto França e Mário Gonçalves. Frequentou o atelier do pintor Almada Negreiros. Na cidade do Porto, conheceu a obra de Amadeu de Souza Cardoso. Depois de Portugal, partiu em viagem de estudos pelos Museus da Dinamarca, Suécia, Finlândia, Rússia, Alemanha, Holanda, Bélgica e Inglaterra.
Fixou residência em Paris de agosto de 1969 a dezembro de 1970. Ainda na capital francesa, participou ativamente do “Centro de Artes para estudantes e artistas americanos”. De volta ao Brasil, estabeleceu-se em Ouro Preto, onde começa a pintar em 1973. A partir desta data, participou de várias exposições em museus, centros culturais e galerias de arte no Brasil e no Japão. Realizou 30 exposições individuais em cidades brasileiras e também no Uruguai, Argentina, Peru, Colômbia, Guiana Francesa, Jamaica e França. Sobre sua obra escreveram vários críticos, como Celma Alvim, Rubem Braga, Wilson Coutinho, Roberto Pontual, George Racs, Ferreira Gullar, Flávio de Aquino, Walmir Ayala, Walter Sebastião, Marcelo Castilho Avellar, Frederico Moraes e Ângelo Oswaldo de Araújo Santos.
Ganhou 14 prêmios de pintura e tem seus trabalhos incluídos em 34 livros de arte. O livro “Fani Bracher”, de Frederico e Ronald Polito (editora Salamandra Consultoria e Editora SA) obteve o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e o V Prêmio Fernando Pini de Excelência Gráfica, como “Melhor Livro de Arte”. Tem ainda publicado o livro “Fani Bracher”, (C/Arte Editora), de autoria de José Alberto Pinho Neves.
FICHA TÉCNICA ATELIÊ CASA BRACHER
Artistas: Carlos Bracher e Fani Bracher
Coordenação Geral: Larissa Bracher | Sergio Saboya | Silvio Batistela
Coordenação ACB, pesquisa, arquivo, acervo, curadoria, filmes, produção executiva de eventos e textos do site: Blima Bracher
Assessoria de Imprensa: Paula Catunda | Fernanda Lacombe
Tour Virtual Hipermídia: Ricardo Macedo e Cristiane Macedo
Coordenação site e tour virtual: Carlos Chapéu
Sound designer e trilha sonora: Marcello H.
Tradução: Aline Casagrande (inglês e espanhol) | Roberta Arantes (inglês)
Social media: THD Digital
Coordenação financeira e administrativa: Letícia Nápole
Contabilidade: Contabilidade Teixeira e Carvalho CTC
Anúncios publicitários: Nea Palma Comunicações
Teasers dos eventos: André Sutton
Fotos: Acervo pessoal, Blima Bracher, Edmar Luciano, Ricardo Correia de Araujo, Larissa Bracher, Rômulo Fialdini, Miguel Aun, Pollyanna Assis, Pirex, Dimas Guedes, Zélia Gattai, Eduardo Tropia, Sérgio Pereira Silva, Sérgio Bara.
Serviço:
Evento online:
Exibição da pintura “O Heroísmo de Tiradentes”, de Carlos Bracher, ao som da Orquestra de Pilar.
Dia 28 de agosto (sábado), às 20h. Gratuito.
Duração: 20 min. Classificação: Livre.
Transmissão nos canais do Ateliê Casa Bracher:
Instagram e Facebook: @ateliecasabracher
YouTube: bit.ly/ateliecasabracher