Você sabia que existem quatro tipos de envelhecimento?
Um estudo realizado em 2020 e publicado recentemente na revista Nature Medicine sugere que o envelhecimento pode ser dividido em quatro tipos: envelhecimento imunológico; renal; hepático, e metabólico.
A pesquisa foi realizada durante dois anos com 106 voluntários com idade entre 29 e 75 anos em perfeito estado de saúde. Ao longo do período, os cientistas recolheram amostras de sangue, de substâncias inflamatórias, micróbios, material genético, proteínas e até subprodutos de processos metabólicos. O objetivo era buscar alterações moleculares para entender como se relacionavam com o envelhecimento.
Foram pontuados cerca de 600 marcadores do envelhecimento, sendo alguns inéditos e outros já conhecidos, capazes de revelar a idade biológica de cada parte do corpo por meio de sua capacidade funcional. Também foram identificados padrões moleculares distintos de envelhecimento, sendo uma das diferenças a identificação de pessoas com resistência à insulina em comparação a pessoas sem a mesma resistência.
A partir desses dados, os pesquisadores chegaram aos tipos de envelhecimento, ou “ageotypes” e perceberam, por exemplo, que aqueles com envelhecimento imunológico apresentavam mais indicadores de inflamações com o passar do tempo, enquanto aqueles que tinham envelhecimento metabólico acumulavam mais açúcar no sangue.
Dessa forma, com essas definições, será possível saber se alguém está mais propenso a sofrer de diabetes, câncer ou doenças coronárias, por exemplo, além de ajudar médicos a personalizarem tratamentos e recomendações de estilos de vida para os seus pacientes.
No entanto, apesar de algumas das pessoas examinadas se encaixarem completamente em uma dessas quatro categorias, outras podem se identificar com todas delas. Os pesquisadores não descartam, ainda, a possibilidade de haver outras classificações além das estudadas. “Se [analisássemos] mil pessoas, tenho certeza que encontraríamos outros marcadores de envelhecimento cardíaco e essa categoria seria melhor definida”, considerou em um comunicado Michael Snyder, coautor da pesquisa e professor de genética da Escola de Medicina da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Além disso, alguns dos marcadores levantados pelo estudo ainda não foram totalmente compreendidos: o time de pesquisadores descobriu, por exemplo, que as concentrações de diversos micróbios podem mudar com o avanço da idade, mas ainda não se sabe como isso pode afetar a saúde.
Os responsáveis pelo estudo continuarão acompanhando o grupo por mais alguns anos para verificar eventuais mudanças nos tipos de envelhecimento de cada um.
Fontes: