Cirurgia plástica na terceira idade
“Eu estou com 53 anos e algumas coisas estavam me incomodando, por exemplo: o olhar caído e a minha papada… são as marcas da idade aparecendo. Não, eu não tenho problema em envelhecer, aliás por isso eu conto a minha idade sempre, 53 aninhos, mas não vejo o porquê não atenuar algumas marcas. Não me entenda mal, acho as rugas um exemplo lindo de que estamos vivendo uma vida bem vivida, no entanto, Deus inspirou a ciência e a medicina para desenvolver algumas técnicas que podem nos favorecer. Assim como a tinta de cabelo cobre os brancos e você pode ficar com o seu cabelo da cor que desejar, o mesmo pode ser feito com aquilo que nos incomoda no rosto ou corpo. […] Não precisei dessa cirurgia para reforçar a autoestima, aliás, fica aqui a dica: se você quer fazer qualquer cirurgia plástica pois não se aceita como é, desista, não é assim que funciona!”, diz a influencer, psicóloga e escritora Marcia Luz, em seu Instagram (415 mil seguidores), em resposta à pergunta que ela mesma descreve como sendo de fãs: “Mas Marcia Luz faz 6 meses desde que você fez abdominoplastia e lipo, precisava outra cirurgia?” A resposta é: Não sei se precisava, mas eu quis muito e não havia porque não fazer”.
O exemplo da influenciadora digital é um retrato de que os idosos estão despertando cada vez mais para a vaidade, que impacta em uma autoestima mais elevada. Assim, a cirurgia plástica vem sendo vista como uma aliada dos idosos, que têm buscado viver essa fase da melhor forma, o que inclui corrigir aspectos que incomodam no corpo.
Segundo estimativas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística), a expectativa de vida do brasileiro subiu para 76,8 anos em 2020, um aumento de 1,3 ano em relação aos últimos cinco anos. Em dez anos, houve um crescimento de 3,3 anos, além de ser crescente também o número de idosos que se tornam centenários com saúde e qualidade de vida. Dessa forma, vivendo mais tempo, muitos têm dado importância também aos hábitos mais saudáveis, como ter uma melhor alimentação, a prática de esportes e, claro, a ter uma melhor aparência física.
De acordo com o cirurgião plástico Dr. Walter Koiti Matsumoto, Mestre em Reconstrução Mamária para câncer de mama e Especialista em Microcirurgia Reconstrutiva e Medicina Legal, a cirurgia plástica pode ser realizada em pessoas de qualquer idade. “Não há uma idade máxima para um idoso que queira fazer uma correção plástica, pois em todas as idades são avaliadas as condições clínicas do paciente, que nos mostrarão se ele tem o que chamamos de ‘reserva clínica’ para ser submetido a um procedimento, isto é, se todos os órgãos estão em bom funcionamento, como coração, fígado, rim e cérebro. Além disso, mesmo que todos os seus exames clínicos venham normais, eu converso com o seu médico geriatra para ver realmente o nível de segurança para o idoso e, caso ele tenha alguma condição de saúde, eu converso com o especialista à frente do seu tratamento”, esclarece o especialista.
Além das condições clínicas, o médico ressalta ainda que para a cirurgia plástica ser bem sucedida são considerados também fatores como: os hábitos saudáveis, se o paciente está próximo do peso ideal, se é fumante ou não, além do alinhamento de expectativas. “É importante que o paciente saiba com clareza o que o motivou ao procedimento no caso de correção estética e, por isso, em meu consultório são realizadas três consultas antes da decisão final pelo procedimento”, esclarece Dr. Walter.
O cirurgião plástico ressalta ainda que para as pessoas da terceira idade são indicadas as cirurgias plásticas menos invasivas, consideradas de baixa complexidade, sendo as mais solicitadas por esse público: ritidoplastia (amenizar rugas profundas, como bigode chinês, corrigir flacidez, desde que em pequenas áreas), blefaroplastia (que trata pálpebras caídas e bolsas de gordura), lipoaspiração de papada com mini lifting, mastopexia (também conhecida como lifting dos seios, tem a finalidade de levantar as mamas que estão flácidas e caídas, mas sem alterar o volume das mesmas), lipoenxertia facial (aplicação de gordura para devolver o volume perdido de algumas regiões da face, preencher sulcos e rugas, além de melhorar a qualidade da pele) e braquioplastia (lifting do braço). “Vale destacar que, mesmo nos procedimentos de baixa complexidade, se a área a ser corrigida for considerável não é recomendada a cirurgia para o idoso, dado o aumento do tempo do procedimento, que aumenta, consequentemente, o tempo de anestesia e, portanto, o seu risco cirúrgico”, diz Matsumoto.
O especialista destaca também que em todos os atendimentos a idosos são selecionadas as técnicas menos invasivas e com menor tempo de cirurgia. “E os resultados são bastante satisfatórios, sendo o objetivo principal realçar a beleza do paciente de forma harmoniosa e saudável”, complementa o cirurgião plástico, que faz o alerta ainda para os excessos. “Quando eu recebo solicitações exageradas, eu explico para o paciente o limite da cirurgia, para que perceba os excessos que podem acarretar em resultados até desarmônicos à sua beleza e, principalmente, comprometer a sua saúde, como no caso das mulheres que solicitam próteses mamárias com volume muito acima do indicado à sua estrutura corporal ou à flexibilidade da pele. Ou então há ainda casos de pessoas que escolhem inúmeros procedimentos sequenciais que podem ultrapassar a tênue linha do que consideramos aceitável e harmônico para a sua faixa etária. Caso a pessoa ainda mantenha sua decisão pelo exagero, eu não dou continuidade ao atendimento”, enfatiza o cirurgião plástico.
Exagero esse que, segundo a geriatra Luciana Pricoli Vilela, Especialista em Geriatria e Gerontologia e em Clínica Médica, é reflexo da nossa sociedade: “Valorizamos excessivamente a beleza e a juventude e perdemos outras riquezas. Ressalto sempre que os idosos não desmereçam as suas vastas conquistas, registradas pelas marcas do envelhecimento e que devem ser vistas como troféus e não como motivos de vergonha por conta de um padrão de beleza imposto pela sociedade. É por isso que vemos casos de pessoas com 70 anos querendo aparentar jovens de 30. O que não significa que não seja positivo querer ficar mais bonita/o com as cirurgias plásticas, pois há marcas do envelhecimento que realmente podem causar grandes incômodos e prejudicar a autoestima do idoso, que podem ser resolvidas com procedimentos estéticos de forma muito positiva. Mas é preciso que o idoso não tenha como objetivo apagar, a todo custo, sua idade, sua bagagem e experiências de vida. O importante é ter moderação, sempre, pois melhorar o corpo é algo bom, mas é preciso também aprender a aceitar o envelhecimento”, diz a geriatra.
Assim como a influencer Marcia Luz destacou, a Dra Luciana também faz o alerta para que o idoso reflita sobre a motivação pela cirurgia plástica: “É preciso estar atento para entender o objetivo real que está por trás desse desejo pelo procedimento, pois idosos que apresentam questões profundas de baixa autoestima e não aceitação do corpo precisam, em primeiro lugar, de ajuda psicológica para trabalhar aspectos emocionais. Somente após essa etapa, é que a cirurgia plástica será uma ferramenta para realçar uma beleza que o idoso já naturalmente enxerga”, recomenda a geriatra.
Como planejar a cirurgia plástica:
O Dr. Walter Koiti Matsumoto diz que é preciso que o idoso se planeje para a cirurgia plástica, exceto em casos de saúde que apresentam caráter mais emergencial e podem ser realizadas em conjunto com outros especialistas, como no caso de mastectomia por câncer e é feita a reconstrução da mama pela cirurgia plástica.
Mas, no caso da motivação por estética, o especialista orienta que o idoso siga os seguintes passos:
- Procure um especialista que seja membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (confira em cirurgiaplastica.org.br),
- Consulte se o médico possui registro no Conselho de Medicina da região em que atua,
- Peça indicação de conhecidos que já fizeram cirurgia com o especialista. Não escolha ao acaso,
- Converse com outras pessoas que fizeram a mesma cirurgia,
- Pesquise sobre o assunto, principalmente em plataformas de profissionais da área ou sites de instituições sérias e de confiança que trarão informações verídicas e embasadas cientificamente,
- Faça mais de uma consulta para sanar todas as suas dúvidas,
- Informe-se sobre cada etapa do processo: sobre a equipe médica, o hospital, pré-operatório, tipo de anestesia e período de recuperação.
Programando a cirurgia plástica:
- Pesquise e avalie todos os riscos e benefícios do procedimento,
- Escolha um profissional qualificado, com boas referências,
- Marque uma consulta de avaliação,
- Realize todos os exames médicos pré-operatórios solicitados
- Programe as férias para o período pós-operatório,
- Cuide da sua saúde e adote um estilo de vida saudável antes e após a cirurgia,
- Tenha paciência.
Pós-operatório
De acordo com o Dr. Matsumoto, o retorno às atividades físicas depende de cada tipo de cirurgia, mas, o mínimo é de 7 dias para os procedimentos mais simples, considerados de baixa complexidade.
O especialista ressalta ainda que no pós-operatório, para todos os tipos de cirurgia plástica, o paciente não poderá fazer movimentos que exijam esforço, como levantar peso, por conta da cicatrização. “Por isso, caso more sozinho, o ideal é que o idoso se programe para o período de recuperação e combine com algum familiar ou amigo para que possa auxiliá-lo em sua casa pelo tempo que for necessário, que vai depender da cirurgia plástica à qual irá se submeter”, explica o cirurgião plástico.
Ele destaca ainda a importância do paciente reforçar a hidratação durante o pós-operatório e optar por uma alimentação saudável, evitando alimentos ricos em gordura e em açúcar refinado, que dificultam o processo de cicatrização.
O Dr. Walter Koiti Matsumoto atende em dois locais em São Paulo: na rua Conselheiro Saraiva, 207, salas 1009 e 1010 – Santana/SP – Tel: (11) 2645-7568 e Cel: (11) 97496-2085 (WhatsApp), e no Hospital Moriah, localizado na Avenida Moaci, 974 – Moema/SP.
https://www.waltermatsumoto.com.br/
Instagram: @drwaltermatsumoto/
A Dra. Luciana Pricoli Vilela atende também em São Paulo, na rua Eça de Queiroz, 489 – Vila Mariana/SP – Tel: (11) 5084-5717 ou (11) 95978-8302 (WhatsApp).