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Quando procurar um fisiatra?

Você sabe qual especialidade médica procurar quando está sentindo dificuldades para executar as atividades no dia a dia? Apesar de não ser muito conhecida pela maioria das pessoas, a fisiatria é a mais indicada.O fisiatra é o médico da função, especialista que poderá avaliar o que está acontecendo, seja por um processo de dor nova ou que já vem há algum tempo ou por alguma dificuldade que a pessoa esteja apresentando em algo que lhe é comum de executar na rotina e que antes não havia e, portanto, esteja lhe causando incômodo no dia a dia”, explica a médica fisiatra Midory Cristina Silvestre Namihira*, especialista em Medicina Física e Reabilitação pela Sociedade Brasileira de Medicina Física e Reabilitação.

A especialista explica ainda que o fisiatra pode até mesmo diagnosticar patologias que podem não ser percebidas, como no caso do AVC (acidente vascular cerebral): “É comum o paciente chegar com uma queixa de formigamentos associados à fraqueza, por vezes descritos como dormência e, quando avaliamos através da anamnese, exame físico e complementares, constatamos que ele teve um AVC, mas, como foi algo muito leve, ele não considerou como uma gravidade e não procurou um pronto atendimento. Então, o paciente chega para o fisiatra com uma queixa inespecífica e na análise confirmamos o diagnóstico. Por isso, é importante que, caso haja alguma incapacidade ou dificuldade nas funções rotineiras, que a pessoa procure uma avaliação com um especialista fisiatra”, orienta a médica.

Midory diz que o médico fisiatra também auxilia as demais especialidades médicas com o objetivo da melhora da qualidade de vida do paciente. “Um exemplo de especialidades que se complementam é a geriatria com a fisiatria, pois, enquanto a geriatria estuda o processo de envelhecimento e as doenças que o comprometem, a fisiatria estuda o melhor planejamento para manter o indivíduo ativo, autônomo e independente, a fim de melhorar a sua qualidade de vida nesse processo”, explica a médica.  

E, de acordo com ela, esse plano de cuidado inclui tanto prescrições medicamentosas, procedimentos, além da orientação de atividades e exercícios, uso de terapias integrativas. “Apesar de ser comum as pessoas confundirem os objetivos da atuação da fisiatria, fisioterapia e ortopedia, o médico fisiatra tem a responsabilidade de realizar um diagnóstico e prognóstico da patologia que está acometendo o indivíduo, sugerindo as atividades de reabilitação que o mesmo necessita para sua melhora, as quais serão executadas pelo profissional da fisioterapia e outras áreas, como terapia ocupacional, educação física e outras.  Já o médico ortopedista tem área de atuação principalmente para eventos traumáticos e agudos e, nos casos crônicos, em processos evolutivos, poucos têm atuação em área de dor e, por vezes, acabam limitando o tratamento terapêutico a esses pacientes, compartilhando o tratamento com outros especialistas. A exemplo, temos os casos de osteoartrose, onde o quadro doloroso se torna crônico, com impactos funcionais além da dor, como sono e humor, necessitando de uma análise mais interdisciplinar, que em geral, é mais comum na prática do médico fisiatra”, explica Midory.

Apoio à família e cuidadores 

“Mesmo que algumas doenças não tenham cura, sabemos que há possibilidade de intervenções que melhoram a qualidade de vida, tanto do paciente como dos indivíduos que auxiliam em seus cuidados. Há possibilidade de prescrições para adaptações que auxiliem o indivíduo e estratégias que possam também beneficiar nos cuidados e minimizar a sobrecarga para os cuidadores. Por isso, no atendimento a pessoas idosas, o médico fisiatra pode auxiliar o geriatra no plano de cuidados aos pacientes. No processo de reabilitação, o fisiatra tem a responsabilidade de orientar as terapêuticas envolvidas como um coach, favorecendo que as especialidades envolvidas atuem conforme as suas expertises, mas alinhando ao objetivo principal traçado pelo médico e também as expectativas do paciente, da família e da equipe. Por isso, o trabalho acaba sendo interdisciplinar, em conjunto com fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, enfermeiros, onde o foco principal é a saúde do paciente idoso”, esclarece.

*Midory Cristina Silvestre Namihira possui graduação em Medicina pela Faculdade de Medicina de Marília (2003). É especialista em Medicina Física e Reabilitação pela Sociedade Brasileira de Medicina Física e Reabilitação e Gestão em Saúde pela Universidade Federal de São Paulo. Tem MBA em Especialização em Gestão em Saúde pela UNIFESP, Especialização em Cuidados Paliativos pelo Instituto de Ensino e Pesquisa Sírio Libanês.

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