Chiyoko Terokina ou dona Alzira, mais de uma década de salgadinhos e bolos de darem água na boca!
Chiyoko Terokina, a tia Chyó, como a chamamos carinhosamente, ou dona Alzira (como é conhecida por quem não consegue pronunciar seu nome japonês) é uma jovem que completou 80 anos em abril. Sempre sorridente e com piadas na ponta da língua, garante a animação dos encontros de família. E, apesar de também ser um dom o seu lado piadista, o que venho compartilhar hoje com vocês é o seu talento maior, que a tornou conhecida entre os parentes: os seus famosos salgadinhos e bolos!
Talento esse que começou a ser notado pelas pessoas ao seu redor no trabalho, na década de 90, quando ela ainda trabalhava em um loja de roupas no bairro da Aclimação e já vendia bolo em pedaços para as colegas no trabalho. Na família, a tia Chyó desde sempre era quem alegrava as nossas lombrigas nas festinhas com suas deliciosas esfihas de carne, croquetes e coxinhas deliciosas, com massa caprichada de batata. Sem contar no tão famoso característico ‘bolo de chocolate da tia Chyó’, que era sempre esperado pela sobrinhada, porque só ela acertava o ponto da cobertura: uma camadinha fina de glacê de chocolate. E não adiantava a gente pegar a receita e tentar fazer, porque não dava certo: era lance de mão, de talento mesmo!
Mas, foi no ano de 1996, ao se aposentar, que a ideia de fazer salgados e bolos para vender começou a ganhar, de fato, força: os parentes e amigos começaram a pedir que ela aceitasse encomendas e assim iniciou uma produção que nem ela imaginaria que desse tão certo.
Com isso, ela passou a adaptar e modificar as receitas para melhor aperfeiçoá-las e então surgiram mais variedades no cardápio como bolinha de queijo, empadas, risoles de palmito e camarão, pastel de forno, bolos simples, rocamboles e bolos de aniversário (os mais pedidos eram abacaxi e mousse de chocolate). Dezembro era o mês mais puxado, quando as encomendavam para as festas de fim de ano chegavam em média a 800 esfihas, 1200 coxinhas, 600 croquetes, entre outros itens. A qualidade era tanta que quem olhasse os salgadinhos imaginava que eram modelados por máquina, tamanha perfeição dos quitutes, todos de mesmo tamanho. Perfeição essa que foi adquirida ao longo dos 16 anos de produção (de 2000 até 2016) pelas habilidosas e delicadas mãozinhas da tia Chyó, que fazia tudo – pasmem – sozinha.
Ela só contava com a ajuda na hora das compras de supermercado, que sobravam para o seu marido, Paulo Terokina, ou tio Paulão como é conhecido na família: em média, 30kgs de farinha por mês, por exemplo, além de todos os outros ingredientes. Por isso, para manter uma atividade como essa, segundo a tia Chyó, é preciso ter muita disposição, mas, principalmente, um ingrediente especial: muito amor pelo que faz!
Hoje, ela mantém uma produção reduzida de apenas um item: pãozinho de leite para atender somente um cliente especial, que tem o paladar pra lá de apurado: o tio Paulão, que só aceita comer esse pãozinho da tia Chyó e exige todo dia no seu café da manhã!
Enviado por Flávia Arakaki, sobrinha da tia Chyó