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Exercício aeróbico

Exercícios aeróbicos reduzem o risco de queda e melhoram a função executiva

Exercícios trazem vários benefícios à saúde

Praticar exercícios aeróbicos, como caminhar, por exemplo, pode trazer diversos benefícios para a saúde, qualquer que seja a idade do indivíduo. 

Para os idosos, entretanto, as atividades físicas tornam-se especialmente importantes, pois ajudam a evitar dois problemas recorrentes nesta faixa etária: o declínio cognitivo e o risco de queda. É o que apontam dois estudos internacionais recentes.

Melhora na função executiva

O primeiro trabalho, publicado no jornal Neurology, foi realizado durante seis meses por cientistas americanos. Participaram 160 pessoas com idade média de 65 anos, sedentárias e com algum tipo de prejuízo cognitivo, mas sem diagnóstico de demência. Os problemas relatados pelos voluntários eram lapsos de memória, dificuldade de concentração e na tomada de decisões.

Os participantes foram divididos em quatro grupos: o primeiro dedicou-se apenas aos exercícios aeróbicos; o segundo passou a fazer dieta para controlar a hipertensão; o terceiro fez atividades e seguiu a mesma dieta; enquanto o quarto grupo limitou-se a receber orientações sobre saúde, mas sem exercícios ou mudanças na alimentação. Para os grupos com atividades físicas, os exercícios eram realizados três vezes por semana, durante 35 minutos. 

Ao final, os cientistas descobriram uma significativa melhora na função executiva – capacidade de uma pessoa regular seu próprio comportamento, prestar atenção, organizar-se e atingir metas – daqueles que se exercitaram. 

Os participantes que fizeram tanto as atividades aeróbicas quanto a dieta tiveram pontuação média de 47 nos testes; aqueles que fizeram apenas exercícios ou apenas dieta tiveram 42 de pontuação média; e aqueles que não fizeram dieta e nem exercícios obtiveram 38 pontos.

O achado é promissor, uma vez que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o número de pessoas em todo mundo com demência deve triplicar até 2040.

Menos quedas

Já o segundo estudo, conduzidos pela Universidade de Sydney, na Austrália, demonstra que exercícios regulares contribuem para reduzir o número de quedas em idosos. A pesquisa, publicada no Cochrane Library, faz uma revisão de dados de 108 diferentes estudos, que reuniram mais de 23 mil pessoas de 25 países, com idade média de 70 anos.

Parte dos voluntários praticava exercícios aeróbicos com regularidade e os demais eram inativos ou faziam atividades mínimas, como cuidar da casa ou do jardim, por exemplo.

A metanálise mostrou que, entre as pessoas ativas, houve 23% menos casos de quedas e/ou fraturas em relação aos demais participantes. “Agora podemos concluir com certeza que há evidências de que a prática de atividade física evita quedas”, aponta a professora e Dra. Cathie Sherrington, líder do estudo.

Gabriel Di Monaco

Sócio na Clínica Vivit, professor de educação física com mestrado em Fisiologia do Envelhecimento na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduado em Exercício Aplicado para grupos Especiais nas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), dá aulas na pós graduação de medicina e nutrição.

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